Abuso de poder e fraude eleitoral
No passado dia 7 de Abril, o candidato do MPLA, João Lourenço deslocou-se a cabinda para um comício de apresentação da sua campanha e foi acompanhado pelos quatro governantes que foram nas vestes de membro do governo. Nesta condição tem direito a transportes e hotéis pagos pelo Estado, e ajuda de custo.
A saber
Nesta província, o ministro da saúde, Luís Sambo levou o candidato do MPLA para uma visita ao hospital materno-infantil 1o de Maio, onde recebeu do seu diretor, Francisco Rodrigues explicações pormenorizadas sobre o seu funcionamento.
O Ministro dos Transportes, Augusto Tomas também levou o candidato do MPLA, João Lourenço para visitar a construção do futuro Porto do Caio, financiado pelo Fundo soberano e construído por uma empresa ligada de um amigo de Zenú dos Santos. Lourenço foi informado (como se já fosse Presidente da República) sobre o nível de execução das obras das infra-estruturas integradas da Cidade de Cabinda.
Nesta mesma viagem o candidato do partido MPLA, João Lourenço, usou a sede do Governo Provincial de Cabinda para receber entidades (Soba, pastores e etc) daquela região. As imagens mostram ele sentado na cadeira da governadora Aldina da Lomba e esta por sua vez sentada ao seu lado como se fosse sua subordinada governamental.
De acordo com explicações o facto de os ministros usarem os seus cargos para irem apresentar obras as províncias do candidato do MPLA, revela abuso de poder de João Lourenço e do seu partido. O mesmo se aplica ao uso da sede do governo provincial para reuniões de suporte a sua candidatura.
Segundo explicações do estudante de sociologia Pedro Malembe, “Em países como o Brasil, onde existe o Tribunal Eleitoral, o candidato João Lourenço incorreria em sacões e a sua candidatura seria chumbada devido a esta pratica de fraude eleitoral”.
Para Malembe a lei eleitoral em Angola é clara em afirmar que nenhum partido deve beneficiar de apoio dos órgãos do Estado para suportar a sua campanha, tal como esta acontecer com o general Lourenço por isso o mesmo questiona “Se o Isaías Samakuva, da UNITA ou Justino Pinto de Andrade do Bloco Democrático deslocarem-se á Cabinda, será que os ministros irão viajar com ele para lhes apresentar estradas e chafariz construídos pelo governo? ”
“Isto é fraude eleitoral, e este é um exemplo para os Drs do MPLA, João Pinto e Raimundo Salvador que propagam que não se pode falar em batota ou fraude eleitoral antes das eleições se realizarem”, diz Malembe, também ligado ao Movimento Revolucionário de Angola e que pelas suas posições foi detido e condenado, em 2011, durante 45 dias, na comarca central de Viana, em Luanda a mando do regime de Eduardo dos Santos. .
Candidato a ditador
Num artigo intitulado o “candidato da batota”, o responsável pelo portal Maka Angola, Rafael Marques faz uma abordagem sobre outros meios de Estado (TPA, RNA, Jornal de Angola) também usado para suporte da propaganda do candidato do MPLA.
Marques de Morais entende que o “Mais grave ainda, este comportamento batoteiro denuncia João Lourenço como mais do mesmo. Tirando a fotografia simpática com o seu cachorrinho, que faz circular nas redes sociais, João Lourenço não revela qualquer simpatia pela ética, pelo respeito às leis, e não articula qualquer visão para o país e para unir os angolanos na luta pelo bem. Está perfeitamente enquadrado como o rosto da batota e do mal do MPLA. Um homem assim é, na realidade, um candidato a ditador”
O caso da África do Sul: ANC imita MPLA
Um caso idêntico está acontecer na África do Sul onde os jornais deste final de semana denunciaram que a provável candidata as eleições partidárias ao ANC, Nkosazana Dlamini Zuma estaria a ter tratamento presidencial antes de ser eleita Presidente da República. A denuncia partiu depois de ela ter sido flagrada a ser escoltada por guardas da presidencial do Estado. O Ministro da Policia Sul africana, Fikile Mbalula foi já questionado, uma vez que a senhora Nkosazana Dlamini Zuma, ex- esposa do actual Presidente Jacob Zuma, não ter direito a escolta presidencial por não fazer parte do governo.
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